2025 DE DESAFIOS PARA O MOVIMENTO SINDICAL
Artur Bueno Júnior
VICE-PRESIDENTE DA CNTA (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO E AFINS), PRESIDENTE DA USTL (UNIÃO SINDICAL DOS TRABALHADORES DE LIMEIRA) E PRESIDENTE DO STIAL (SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE LIMEIRA E REGIÃO)
O ano de 2025 vem repleto de desafios para o movimento sindical. Nossa sociedade segue desigual, apesar dos esforços do governo brasileiro pela mudança. Esforços que quase sempre recebem a oposição da porção conservadora do espectro político, tão respaldada pela crise de valores que afasta os trabalhadores de seus reais objetivos.
Mas não podemos apenas lamentar, é preciso atitude. Antes de mais nada, será necessário intensificar a comunicação com os trabalhadores, investir no trabalho de base, e abraçar temas dinâmicos como Meio Ambiente e Redução da Jornada. O mundo evolui, e o sindicalismo precisa acompanhar o processo.
O discurso predominante nos meios de comunicação e sociedade em geral dificultam o entendimento da consciência de classe. Sem ela, impossível envolver o trabalhador nas pautas trabalhistas e sindicais, na luta por melhores condições de vida e de trabalho. Devemos investir numa comunicação que alcance as bases, utilizando meios como as redes sociais, e a abordagem direta dos assuntos que afligem os trabalhadores e suas famílias.
A construção das pautas de negociação deve ser debatida com o trabalhador, como forma de gerar comprometimento, envolvimento e formação da consciência de classe. O movimento sindical precisa conhecer os sofrimentos, necessidades e sonhos daqueles a quem representa.
Por vezes, ficamos presos a um universo que atende à lógica sindical, seus conflitos internos e estrutura fechada. O trabalhador não entra ali. É preciso mudar.
DINAMISMO
A pauta pela redução da jornada de trabalho é uma oportunidade para o movimento sindical conduzir uma demanda histórica. Mas é preciso dinamismo. Entender o processo político que se desenrola, assimilar as diferentes propostas debatidas pela sociedade, e abraçar a causa maior.
A falta desta conexão com os movimentos da sociedade faz com que muitos trabalhadores aceitem a tese da flexibilização trabalhista. A mentira, que promete o sucesso empreendedor. Só a intervenção de uma entidade representativa respaldada pelo trabalho eficiente e acolhedor poderá atingir corações e mentes, e trazer a verdade à tona.
Ao mesmo tempo, devemos estar abertos a temas que afetam diretamente a vida do trabalhador, e que nem sempre estão abrigados no leque trabalhista. A pauta ambiental é um dos exemplos. Estamos vendo a temperatura do planeta sair do controle, e um modo de produção sustentável deve ser buscado pelos representantes dos trabalhadores. A COP 30 será uma bela oportunidade para que a agenda dos trabalhadores busque o protagonismo ambiental.
Sim, os desafios existem e são muitos. Para isso, precisamos planejar, definir metas claras e mensuráveis, e criar um plano de ação.